Até que idade é normal acreditar em Papai Noel?

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O velhinho de barba branca é um símbolo real da bondade e da solidariedade

Pais devem ter cuidado na hora de falar a verdade

A magia do Natal envolve um personagem carismático, vestido de vermelho e que entrega presentes para a criançada. Elas acreditam que de fato o Papai Noel existe e mora na Lapônia, onde trabalha o ano inteiro para fabricar os presentes e entregar tudo até o dia 25. Embora seja um bom pretexto para tirar algumas manias, tais como o bico ou manhas: “vamos entregar o bico para o Papai Noel?” ou “se fizer manha o Papai Noel não vem”, a fantasia chega ao fim depois de uma idade.
Até os 6 ou 7 anos, a fantasia está no comando, mas não existe uma idade certa para desfazer dela, tudo depende do amadurecimento do pequeno. Aos poucos, ele começará a colher pistas, aqui e ali, sobre a (não) existência do Papai Noel, incrementadas agora com uma poderosa ferramenta: a internet. Através dela, os pequenos podem inserir questionamentos nas páginas e associar o Papai Noel com a lenda, ou seja, a incerteza de que de fato existe.
Não há como negar que a preparação para a chegada do Papai Noel é um excelente momento de confraternização em família. Montar a árvore, criar suspenses e revirar a casa em busca dos presentes escondidos são atividades que provocam até mesmo nostalgia entre os pais.

A descoberta
A descoberta é um exercício de racionalização e dedução que naturalmente vai preparar a criança para a hora da verdade. Um sinal claro de que chegou o momento de dizer que o Papai Noel não existe é quando o filho faz a pergunta e ainda apresenta uma série de argumentos provando sua inexistência.
Se o garoto chega a esse ponto, não há motivo para insistir no mito, mas é preciso um certo cuidado para conduzir a conversa. A descoberta da verdade representa para meninos e meninas a perda de um ser que lhes dava segurança. Agora, inconscientemente, eles sentem necessidade de confirmar a solidez dos laços que os unem aos pais.
Os pais devem deixar os filhos conscientes que a manteação do Papai Noel não foi proposital, mas algo natural. Explique com palavras simples que, embora não exista fisicamente, o velhinho de barba branca é um símbolo real da bondade e da solidariedade. Por isso, ele carrega um saco de brinquedos para distribuir e não deixa nenhuma criança de fora, seja ela rica ou pobre, feia ou bonita. Aproveite para encorajar seu filho a guardar segredo, permitindo que os irmãos e primos mais novos aproveitem também o encanto que ele experimentou.
Mas, principalmente, os pais devem tomar cuidado para não destruir essas crenças antes da hora, pois fantasias como o Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e Fada dos Dentes são importantes para o desenvolvimento dos pequenos. Além disso, é com estas datas comemorativas tão esperadas que as crianças conseguem marcar a passagem do tempo em suas vidas e as representações simbólicas que estes momentos criam geram algumas das melhores lembranças que ficam da infância.

A lenda do Papai Noel
A lenda pode ter se baseado em parte em contos hagiográficos sobre a figura histórica de São Nicolau. Uma história quase idêntica é atribuída no folclore grego e bizantino a Basílio de Cesareia. O Dia de São Basílio, 1 ou 1.º de janeiro, é considerado a época de troca de presentes na Grécia.
O personagem foi inspirado em São Nicolau, arcebispo de Mira na Turquia, no século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em dificuldades financeiras. Colocava o saco com moedas de ouro a ser ofertado na chaminé das casas. Foi declarado santo depois que muitos milagres lhe foram atribuídos. Sua transformação em símbolo natalino aconteceu na Alemanha e daí correu o mundo inteiro.
A lenda do Papai Noel ganhou força quando em 1822 o professor norte-americano Clemente Clark Moore lançou o poema Uma visita de São Nicolau, escrito para seus seis filhos. Nesse poema, Moore divulgava a versão de que ele viajava num trenó puxado por renas. Ele também ajudou a popularizar outras características do bom velhinho, tais como entrar pela chaminé.
O caso da chaminé, inclusive, é um dos mais curiosos na lenda de Papai Noel. Alguns estudiosos defendem que isso se deve ao fato de que várias pessoas tinham o costume de limpar as chaminés no Ano Novo para permitir que a boa sorte entrasse na casa durante o resto do ano.
A última e mais importante característica incluída na figura do Pai Natal é sua blusa vermelha e branca. Antigamente, ele usava trajes verde e costumava usar um gorro também verde na cabeça. Seu atual visual foi obra do cartunista Thomas Nast, na edição de 1 de Janeiro de 1863 da revista Harper’s Weeklys. Em alguns lugares na Europa, contudo, algumas vezes ele também é representado com os paramentos eclesiásticos de bispo, tendo, em vez do gorro vermelho, uma mitra episcopal.
O visual vermelho e branco ganhou impulso em 1931, quando a Coca-Cola realizou uma grande campanha publicitária usando um Papai Noel vestido conforme a criação de Nast. Nos países do Norte da Europa, diz a tradição que o Papai Noel não vive propriamente no Pólo Norte, mas sim na Lapônia.