As principais doenças da videira na primavera

2015-04-10_190211

Devido à agressividade das doenças que ocorrem na Serra Gaúcha, região é de extrema importância aplicar os tratamentos de forma preventiva

Neste período, a principal doença da videira é o Mofo. No entanto, a Antracnose (Varola) em locais de vento e umidade pode ainda atacar a videira. A época também exige os tratamentos preventivos para Podridão (botrytis) e Glomerela (principalmente no período da floração), pois nesta fase as doenças penetram no cacho e ficam aguardando a uva começar a amadurecer para realmente atacar as bagas. Há que considerar que o oídio nesta fase não é agressivo e os tratamentos para controle das doenças anteriores geralmente controlam bem este problema.
O míldio é a principal doença da videira no Brasil. Causa sérios prejuízos à viticultura em regiões com alta precipitação, principalmente no final da primavera e no verão. É também conhecida como peronóspora, mufa ou mofo. Causada pelo fungo Plasmopara vitícola tem grande incidência em umidade e calor. Esta umidade, no entanto, deve estar sobre a folha para favorecer a germinação do fungo e sua locomoção até encontrar uma entrada na folha (estômato) na qual vai fixar suas raízes para crescer e se multiplicar nas folhas, causando os sintomas típicos do mofo que são “mancha de óleo” no seu início e uma penugem branca em forma de mofo no lado inferior da folha. Nas bagas, o principal sintoma é o chamado “grão preto” ou “míldio larvado”.
A temperatura ideal para o desenvolvimento do problema é de 20ºC a 25ºC e a umidade acima de 95%. É necessário que ocorra condensação de água (água livre) sobre o tecido foliar por um período mínimo de duas horas para ocorrer novas infecções. Cabe salientar que após a infecção os sintomas podem aparecer em poucos dias, ou até semanas, dependendo da temperatura do momento. Por esse motivo, deve-se utilizar sempre tratamentos preventivos, pois quando aparecem os sintomas a doença já esta estabelecida.
Na maioria das regiões do mundo o período mais crítico é na época da floração. Na Região da Serra, a fase de maior gravidade é a da formação do grão, pois neste momento o “grão preto” ou “Negrão” causa perdas e compromete a qualidade da uva.

Controle das doenças
Devido à agressividade das doenças que ocorrem em nossa região é de extrema importância aplicar os tratamentos de forma preventiva, e sempre antes da chuva. Por isso, os produtores devem ficar sempre atentos na previsão do tempo, de fácil acesso através de rádios ou internet. Como as doenças precisam de umidade é justamento no momento da chuva que os fungos atacam a videira. Por isso, se forem pulverizadas com produtos orgânicos ou químicos as videiras estarão protegidas.
Muitos fungicidas selecionam cepas resistentes de fungos. Por esse motivo, é importante fazer o rodízio de fungicidas, tanto de marcas quanto dos modos de ação. Os modos de ação dos fungicidas são contato, penetrantes e sistêmicos. Os sistêmicos são os que selecionam mais os fungos resistentes. Por isso, devem ser usados em épocas de maior probabilidade de ocorrência das doenças. Os de contato são os fungicidas que menos selecionam fungos resistentes e devem ser sempre utilizados nas pulverizações.

Períodos
Até próximo ao dia de finados é sugerido o seguinte esquema de pulverização:
Pulverizar com intervalos de 7 a 12 dias para as uvas americanas e híbridas e de 5 a 8 dias para as viníferas nos seguintes tratamentos:
-Míldio ou Mufa: contato mais Fosfito intercalado com contato mais penetrante;
-Antracnose: contato ou sistêmicos conforme a necessidade;
– Botryitis: na floração fazer um ou dois tratamentos conforme as condições do tempo. Se for chuvoso, optar por 2 tratamentos.

De finados até próximo ao natal
Mìldio ou Mufa: Contato + Sistêmico principalmente para as viníferas;
Botrytis: Fazer uma aplicação quando o cacho começar a ficar cheio;
Glomerela: após a floração fazer aplicações a cada 20 ou 30 dias.
Nas variedades mais resistentes as doenças como Bordô Concord, Niágaras, etc, deve-se dar preferência a produtos de contato, principalmente, os que não sejam tóxicos ao ser humano e o meio ambiente, como os cobre e a Calda Bordalesa (sulfato).
O Fosfito é um produto pouco tóxico, funciona bem e deve ser usado no período de grande crescimento das videiras, pois consegue se mover facilmente no ramo e vai para a ponta do broto, controlando a mufa nas folhas novas.

Produtos mais indicados para controle das doenças na Serra Gaúcha
Contato para Míldio ou Mufa: Cobres, Sulfato de cobre, Dithane, Manzate, Captan, Folpan, Bravonil, Polyram, Isatalonil, Antracol, Midas, Cuprozeb.
Sistêmico para Míldio ou Mufa: Ridomil,Tairel, Forum, Fitofos40.20, Galben.
Penetrante para Míldio ou Mufa: Curzate, Curathane, Censor, Zetanil, Academic, Equation.
Sistêmico para Antracnose (Varola): Cercobin, Cerconil, Manage, Score.
Contato para Antracnose: Delan, Bravonil, Daconil, Isotalonil.
Podridão(Botrytis): Sumilex, Rovral, Mythos,
Glomerela: Cabrio Top, Amistar, Folicur, Caramba, Domark
Oídio: Collis, Enxofres, Score, Folicur.