Após 57 dias, professores estaduais decidem suspender greve e Governador quer descontar os dias parados

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Magistério foi contrário à decisão do Piratini pelo corte do ponto, mas definiu retomada das aulas na rede em assembléia na última terça-feira, 14.
A votação dos professores para a proposta de acordo proposto pelo governo do Estado sobre os dias parados foi rejeitado por unanimidade, o que significa que o sindicato irá buscar na Justiça o ressarcimento pelos dias descontados e que serão recuperados a partir da suspensão da paralisação.

Após a aprovação do fim da greve do magistério, o governador Eduardo Leite publicou um vídeo defendendo a manutenção do corte do ponto dos professores, lembrando que os professores entraram em greve por atrasos no pagamento e mudanças no plano de carreira. A proposta do governo, apresentada em rodadas de negociação na Secretaria Estadual da Educação (Seduc), inclui a recuperação dos dias sem aula com pagamento em folha suplementar e posterior desconto ao longo de seis meses.

Principais alterações
(Todos os valores se referem a uma carga horária de 40 horas semanais)

Graduação
Como é atualmente, com valores do antigo piso do magistério. Os professores em início de carreira com graduação atualmente recebem:
• R$ 2.331,37 de vencimento básico
• R$ 226,37 de completivo
• Total: remuneração de R$ 2.557,74

Antiga proposta do governo do Estado, protocolada na AL em dezembro, com valores do antigo piso do magistério. O aumento no salário dos professores seria de 19,8% em três anos. O piso do professor em início de carreira com graduação chegaria a:
• R$ 2.852,20 em 2020
• R$ 3.029,04 em 2021
• R$ 3.216,84 em 2022

Com o novo piso do magistério, caso o novo projeto do Estado não seja aprovado. Os professores em início de carreira com graduação receberão:
• R$ 2.331,37 de vencimento básico
• R$ 554,78 de completivo
• Total: R$ 2.886,15

Com o novo piso do magistério e com aprovação do novo projeto do Estado, apresentado nesta quarta-feira (15/1). O professor em início de carreira com graduação deixa de receber completivo porque receberá R$ 3.030,53, valor superior ao novo piso do magistério (fixado em R$ 2.886,15). Isso significa um aumento de 18% com relação ao que recebe o professor em início de carreira com graduação em 2019.

Doutorado
Como é atualmente, com valores do antigo piso do magistério. Hoje, o professor em início de carreira que tem especialização, mestrado ou doutorado recebe o mesmo valor de um professor sem pós-graduação. A remuneração era de R$ 2.520,40 e, para chegar ao valor do piso antigo, o professor também recebia um completivo de R$ 37,34, alcançando R$ 2.557,74.
Antiga proposta do governo do Estado, protocolada na AL em dezembro, com valores do antigo piso do magistério. O subsídio subiria para o professor com doutorado no início de carreira para:
• R$ 3.531,30 em 2020
• R$ 3.750,24 em 2021
• R$ 3.982,75 em 2022

Não haveria necessidade de completivo, pois o valor seria superior ao antigo piso do magistério. Com o novo piso do magistério, caso o novo projeto do Estado não seja aprovado. O professor em início de carreira com especialização, mestrado ou doutorado recebe:
• R$ 2.520,40 de subsídio
• R$ 365,75 de completivo
• Total: os mesmos R$ 2.886,15 que o professor de início de carreira com graduação receberá.

Com o novo piso do magistério e com aprovação do novo projeto do Estado, apresentado nesta quarta-feira (15/1). O professor em início de carreira com doutorado (nível 6, classe A) receberá R$ 3.752,09 sem necessidade de completivo, um aumento de 47% em relação à remuneração anterior. Na última classe de doutorado (nível 6, classe F), o subsídio pode chegar a R$ 5.049,56.
O aporte do governo para cumprir o piso do magistério e a proposta de novos subsídios terão um reflexo de R$ 350 milhões nas contas do Estado em 2020.

Novas vantagens
Além do projeto específico do magistério, os professores ativos e inativos se enquadram nos PLCs 503 e 505, que prevêem novas vantagens para os servidores estaduais.Nova alíquota previdenciária:
• Para os ativos, cai de 14% para, em média, de 8% a 9%.
• A redução, que significa dinheiro no bolso do trabalhador, já foi aprovada na Assembleia Legislativa.

Aumento do abono família aos professores que têm filhos:
• Hoje, é de R$ 44 por dependente.
• Com o PLC 505, passa para R$ 120 por dependente para quem ganha até R$ 3 mil. Para quem recebe acima desse valor, o governo pretende extinguir o pagamento.

Isençãodo vale-alimentação:
• Professores que recebem até R$ 2 mil líquidos ficam isentos do estorno do vale-alimentação.

Evoluções
Ao explicar a nova proposta, Leite destacou que o reajuste de 12,84% do piso será aplicado a todos os níveis da nova tabela. O governo manteve o quadro de dispersão de 30% entre o menor e o maior nível no início de carreira. Com isso, chegará a 75% a diferença de remuneração de quem está na primeira classe do primeiro nível para quem chegou ao final de carreira com doutorado. A proposta ainda mantém remunerações diferentes para os professores que têm especialização, mestrado ou doutorado.