Apesar de ser o 3° produtor mundial de frutas, Brasil ocupa a 23ª posição no ranking mundial de exportação

2015-04-10_190211

População consome 57 quilos de fruta por ano no país, mas OMS recomenda 120 quilos

 

O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas, atrás de países como a China e a Índia. No entanto, está na 23ª posição no ranking mundial de exportação. De acordo com o chefe da Seção de Agroqualidade da CeasaMinas (Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A.), Joaquim Oscar Alvarenga, o mercado de frutas e hortaliças tem demanda crescente por produtos diversificados e de melhor qualidade. “Problemas de embalagem e conservação comprometem a qualidade e comercialização dos nossos produtos”, explica.
O consumo de frutas pelos brasileiros ainda é considerado pequeno. São 57 quilos por pessoa ao ano. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que esse consumo seja de 120 quilos, valor que é realidade em países como a Espanha, por exemplo.

Aparência de produtos influencia
Segundo Joaquim, uma pesquisa feita em Minas Gerais mostra os motivos declarados pelos consumidores para não comer maior quantidade de frutas. A principal razão apontada é a aparência dos produtos (sujos, amassados, estragados). Em seguida, aparecem outras causas, como preço, falta de tempo e de hábito.
O representante da CeasaMinas aponta também outros condicionantes para conquistar o mercado de frutas e de hortaliças, além da qualidade do produto final. “Deve-se ter oferta em quantidade. Por isso, é importante o associativismo, o cooperativismo. A oferta também precisa ser permanente, ter regularidade. Se o agricultor numa época tem produto e em outra não, ele perde o cliente. Além disso, é importante o baixo custo de produção para ter condições de negociar”.
Deny Sanábio, do Departamento Técnico Estadual de Fruticultura da Emater-MG, reforça que o mercado exige cada vez mais alimentos em quantidade, com qualidade e diferenciados. “Atualmente, o consumidor quer conhecer a procedência do que compra. Uma pesquisa recente da consultoria Nielsen com 30 mil entrevistados em 63 países mostrou que a maioria prefere adquirir um alimento do fabricante ou vendedor que revela como é seu processo de produção”.