Alunos do Egídio Fabris aprendem rugby com técnico britânico

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Britânico ensina rugby aos alunos do Egídio Fabris

O rugby é uma modalidade de esporte que surgiu na Inglaterra há mais de um século e era pouco conhecido em Bento Gonçalves até o crescimento do time do Farrapos. Aliado a isso, um projeto chamado Try Rugby foi trazido para a cidade no início de 2017 pelo Serviço Social da Indústria do Rio Grande do Sul (Sesi), que visa treinar crianças em escolas e demais trabalhos sociais da rede, através de um técnico britânico, Mike Jackson.
Duas escolas no município têm o programa: a municipal Vânia Medeiros Mincarone, e a estadual Irmão Egídio Fabris. Segundo a diretora da segunda, Elisete Penso, são 107 alunos que são beneficiados pelo projeto, compreendendo uma faixa etária entre os 11 e 15 anos (sexto ao nono ano). “Os estudantes se sentem valorizados e motivados, aproveitando ao máximo estes momentos. Somos muito agradecidos ao Sesi pela oportunidade”, avalia.
O treinamento é oferecido aos estudantes durante as aulas de Educação Física, administradas pela professora Sandra Beatriz Cislaghi. “As aulas são voltadas para a disciplina e no respeito”, explica, “e ainda tem a questão da prática da Língua Inglesa.
Os alunos respondem em inglês, e algumas palavras que eles não têm conhecimento, em português. A gente incentiva para eles conversarem mais, observarem a cultura”. A periodicidade das aulas de Mike é uma vez ao mês e contam com duas horas de duração. De acordo com a professora, a escola tem interesse em prorrogar o contrato.
O coordenador do projeto, Jandro Lopes Finatto, informou que o Try Rugby é uma parceria entre o Sesi e o Conselho Britânico, e existe há quatro anos a nível nacional. “Todo o ano fornece um profissional no Brasil. Já teve em Caxias do Sul e Santa Maria. Agora está em Bento, mas abrange cidades próximas, como Garibaldi, Farroupilha e Carlos Barbosa”.
Finatto conta que a cada ano muda o treinador. “É uma questão de ajuste então para ver se tem a possibilidade de renovação para o próximo ano”. Para ele, o maior objetivo do Try Rugby é difundir o esporte no país. “O propósito é que a modalidade é baseada em conceitos de cidadania, até com os companheiros”.
Para setembro há previsão de uma ação com professores do município para a preparação da inclusão do ensino do rugby nas escolas. “A gente negocia individualmente com as escolas, então há intenção de expandir, mas precisamos ajustar o cronograma e os horários do Mike”, projeta o coordenador, afirmando que para a escola interessada em receber o Try Rugby é preciso contatar o Sesi e não há custo.
O técnico britânico Mike chegou ao Brasil em fevereiro. Em 2016 ele treinou o São Vicente e Granadinas, no Caribe, durante a campanha deles para a Copa do Mundo. Antes disso, já havia realizado trabalhos com outros times, organizações e projetos em vários países.
“Quando eu cheguei eu não conseguia falar uma só palavra em português. As pessoas foram muito legais e me ajudaram o tempo todo. E gradualmente comecei a aprender a língua”, relata. Ele e mais sete integrantes da Premiership Rugby (A liga top da Inglaterra), estão no Brasil, sendo 3 no Rio de Janeiro, 1 em São Paulo, 1 em Minas Gerais e 1 em Santa Catarina.
O técnico tem como base Bento Gonçalves, onde mora em um hotel, mas também realiza bastante trabalhos em Garibaldi, Carlos Barbosa, Farroupilha e áreas próximas.
“Eu amo viajar para novos países, introduzir o rugby e conhecer novas pessoas. Particularmente, é um esporte fantástico. Acredito que oferece atrativos que outros esportes não. Temos valores, especialmente o valor do respeito”, diz. “As crianças tentar se elevar a níveis de atletas. E eu acho que em outras modalidades falta isso de boas regras modelos e eu ensino a elas boas lições”.
Mike defende que no Rugby os torcedores ficam em silêncio na hora de um pênalti e não brigam. “Nós respeitamos uns aos outros”, conclui. O britânico vai discutir se ficará no Brasil na próxima semana, mas adianta que provavelmente estenderá a estada por mais um ano.