Dentre as mudanças, a aplicação das provas em dois domingos, ampliação da possibilidade de isenção de taxa, personalização dos cadernos e eliminação do ‘ranking’ de escolas
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 chega com mudanças, em especial em relação aos dias para a realização das provas, que nessa edição, acontecem em dois domingos consecutivos: 5 e 12 de novembro. Em geral, as alterações divulgadas pelo Ministério da Educação (MEC) na última semana vêm tendo boa aceitação, mas ainda geram preocupação entre muitos estudantes.
As outras mudanças incluem a distribuição das provas: primeiro domingo terá linguagens, ciências humanas e redação, com cinco horas e meia de prova; no segundo, matemática e ciências da natureza, com quatro horas e meia de duração. Além disso, serão personalizados os cadernos de prova (com nome e número de inscrição na capa e cartão de respostas).
Também passam a ser isentos da taxa de inscrição aqueles que tiverem cadastro no CadÚnico (que reúne famílias de baixa renda) – sendo que o não comparecimento às provas tira o direito ao benefício no ano seguinte (caso ausência não for justificada) . Outra mudança determina que não sejam divulgados os dados do Enem por escola, e o exame passa a não valer mais como certificado do ensino médio.
Prós e contras na balança
Para o estudante Marco Antônio Canossa Gosteinski, 18 anos – que está prestes a concluir o ensino médio – as mudanças, principalmente em relação ao intervalo entre as provas – são boas. “Acho que evitam o cansaço que os dois dias seguidos geravam antes; também gostei da mudança em relação à redação”, explica. Mas ele ressalta que a distribuição das matérias não agradou muito. “No entanto, por terem sido dispostas em semanas separadas, talvez não fique tão ruim”, explica.
Segundo Vagner Cruz, diretor do pré-Vestibular Unificado Bento Gonçalves, não há mudanças do ponto de vista pedagógico, mas ele acredita que o fato de o ENEM ser dividido em dois finais de semana realmente tornará menos cansativa a aplicação. “Entretanto, para alguns alunos, pode aumentar a ansiedade, justamente pela espera de uma semana para concluir a prova”, explica.
Cruz lembra aos estudantes que esse intervalo entre as provas pode ser utilizado justamente para revisar conteúdos, esclarecer dúvidas, mas aconselha a não fazerem nenhum tipo de correção da prova anterior, para evitar uma possível desmotivação. E conclui. “Os alunos não devem se preocupar com as mudanças; devem sim, continuar se preparando da mesma maneira que as versões anteriores da prova”.
A alteração das datas do Enem é resultado da consulta pública sobre o exame, realizada entre 18 de janeiro e 17 de fevereiro, com mais de 600 mil participantes.
Desses, 63,70% optaram pela realização das provas em dois dias, e 36,30% opinaram que deveria ser aplicado em um dia apenas. A outra questão da consulta envolvia o formato do exame, sendo que a maioria (42,30%) optou pela aplicação em dois domingos seguidos – levando o MEC a implementar as alterações já para 2017.