Advogado de Bento investigado por receber dinheiro de operadora de telefonia e prejudicar clientes

2015-04-10_190211

Ministério Público apura esquema de advogados que seriam pagos por operadora de telefonia para prejudicar clientes, recebendo suborno para  encerrar ações de quem os contratava em processos milionários

Um suposto esquema para lesar clientes que pretendiam ressarcimento de operadora de telefonia foi denunciado hoje por reportagem de televisão do RS. Entre os sete advogados gaúchos suspeitos de receber dinheiro de ações milionárias na Justiça de operadora de telefonia e não repassar para clientes está o nome do advogado bento-gonçalvense Roger Bellé. Também os investigados, estão ex-integrantes do Judiciário e do Ministério Público
A promotoria especializada criminal qual cumpriu buscas nos escritórios e residências de outros dois advogados da cidade de Taquara suspeitos de receber R$ 15 milhões da Oi para desistir de ações da antiga CRT, em nome de clientes. Os advogados que renunciaram, em nome dos clientes, ao direito de serem ressarcidos, teriam recebido até R$ 15 milhões.
O delegado Mário Vieira revelou que os advogados Roger Maurício Bellé, de Bento Gonçalves, e Cassio Viegas de Oliveira, de Montenegro, representavam vítimas que tinham direito a mais de R$60 milhões. a Brasil Telecom teria feito acordo para pagar para os advogados 40% do valor, fora do processo judicial.
Segundo o delegado Vieira foram praticadas fraude, estelionato, falsidade ideológica e organização criminosa para enganar as vítimas.
Segundo a promotoria especializada criminal os advogados de Bento Gonçalves e Montenegro eram ligados ao escritório de Maurício Dal Agnol, de Passo Fundo, já indiciado por supostamente ter recebido R$ 50 milhões da operadora para prejudicar mais de 5 mil clientes. ( leia abaixo)

Ligação com o caso CRT/
Dallagnol de Passo Fundo

O Advogado Roger Bellé, envolvido na denúncia,  é filho do contador Vilson Bellé,indiciado no golpe dos acionistas da CRT de 2014, na fraude estimada em R$ 100 milhões, prejudicando 30 mil pessoas

Em 21 de fevereiro de 2014 Polícia Federal (PF) e Ministério Público (MP) deflagraram a Operação Carmelina, que investigava um golpe que teria lesado milhares de acionistas da antiga CRT, clientes do escritório de advocacia de Passo Fundo de Maurício Dal Agnol.
Dois anos depois, dos 239 inquéritos instaurados pela Polícia Federal (PF), 138 foram concluídos e remetidos à justiça e 101 permanecem em andamento na PF. Com relação a esfera criminal, na qual o MP é o acusador, até o momento, apenas uma sentença foi proferida em primeira instância para condenar o réu Maurício Dal Agnol pelo crime de apropriação de valores pertencentes a um ex-acionista da CRT, decisão da qual ele recorre. Outros diversos processos tramitam na comarca, inclusive o que deu origem à operação e que, até o momento, não possui julgamento de primeiro grau.
As investigações da Operação Carmelina são de crimes, como lavagem de dinheiro, crime contra ordem tributária, estelionato, apropriação indébita, organização criminosa e falsificação de documentos.
Todos os demais indiciados no caso – Márcia Fátima da Silva Dal Agnol – mulher de Maurício -, Celi Acemira Lemos, Vilson Belle (pai do advogado acusado de Bento Gonçalves) e Pablo Giovani Cervi – estão respondendo a processo penal, seja por organização criminosa, falsificações, apropriação indébita, dentre outros delitos.

Indenizações
Nenhum dos clientes do escritório de advocacia de Maurício Dal Agnol, ex-acionistas da CRT que foram lesados, recebeu indenização.

Caso
O advogado suspenso pela OAB Maurício Dal Agnol é réu em processo referente a um golpe que teria lesado milhares de acionistas da antiga CRT, clientes de seu escritório de advocacia que ingressavam em ações contra a empresa e ao ganhar as causas, conforme investigações do MP e Polícia Federal, recebiam apenas parte ou nenhum valor das indenizações. Dal Agnol esteve preso preventivamente entre setembro de 2014 e fevereiro de 2015, quando obteve um Habeas Corpus e desde então permanece em liberdade cautelar.