A adolescência dos dois anos

2015-04-10_190211
Pequenos ficam mais emburrados ao chegar nessa idade

Tudo começa com a criança se jogando no chão com a negativa de um pedido. Depois, vem a desobediência, a vontade de escolher o sapato e a roupa que ela quer. Isso às vezes chega com mordidas e também agressões.
Não basta existir a adolescência do período antes de chegar à vida adulta. Os próprios bebês têm a adolescência deles, perto dos dois anos. É porque eles se dão conta que são indivíduos e buscam o espaço deles. Há ainda um termo em inglês que sintetiza o período: “terrible twos” – terríveis dois anos.
É comum que criança que outrora era tida como obediente e tranquila passe a berrar e espernear diante de qualquer contrariedade. Bate, debate-se, atira o que estiver à mão e choraminga cada vez que solicita algo. Diz não para tudo, resiste em seguir qualquer orientação, a aceitar com tranquilidade as decisões dos pais, para trocar uma roupa, sair de um local ou guardar um brinquedo. Para completar, não atende aos pedidos e parece ser sempre do contra.
O comportamento geralmente se estende entre um ano e meio até os três anos de idade. No entanto, ao mesmo tempo que a criança quer tomar suas decisões, ainda tem muitas dificuldades para fazê-lo, dado que ainda não tem maturidade suficiente. Ela discorda até dela mesma! Se você pergunta o que ela quer comer, naturalmente ela responderá: “Macarrão”. Mas, quando você chega com o prato de comida, ela diz: “Eu não quero isso!”
Suponha que você está com pressa para ir a algum lugar. Seu filho está de ótimo humor até você dizer: “Preciso que você entre no carro agora”. Ele fará tudo, menos atender a sua solicitação. É uma fase difícil para os pais e também para os pequenos. É uma experiência intensa emocionalmente e repleta de conflitos, pois, ao mesmo tempo em que a criança busca essa identidade, ela não quer desagradar seus pais — por mais que isso não pareça possível.

Como amenizar
Não há a necessidade de tentar evitar esse período e nem há como fazê-lo. Mas é importante conhecer e lidar de modo construtivo com essa fase dos pequenos. É preciso descartar as palmadas tapas, puxões de orelha ou qualquer outro comportamento agressivo para tentar conter uma birra.
Antes de sair, converse com o seu filho e o contextualize sobre o passeio. Se for supermercado, por exemplo, diga como espera que ele aja, o que ele poderá pegar para si etc. Se forem a um restaurante, faça o mesmo, explique aonde vão, como espera que a criança se comporte e as consequências para o seu mau comportamento. Jamais ceda às manipulações, como choros, pedidos de ajuda e reclamação de possíveis desconfortos.
Avise-o de que só vai conversar depois que ele se acalmar. Opte por disciplinar a criança após a birra, que é o momento em que ela está colocando para fora sua frustração e seu descontentamento.
Depois dela parar de fazer a birra, você se abaixa para conversar. É sempre muito importante que a criança compreenda o que fez e o porquê de sua ação. Evite dar broncas e repreender seu filho na frente de outras pessoas para que ele não se sinta constrangido e você também.
Uma dica bacana para mudar o foco da birra é chamar a atenção da criança para outra situação. Mostre um objeto ou comece a falar de outro assunto. Ignorar a birra costuma dar ótimos resultados. Em lugares públicos, se a birra persistir e você estiver se sentindo constrangida, tire o seu filho do ambiente sem demonstrar irritação e sem conversar. Sua atitude mostrará desaprovação.