A vitamina C no combate ao câncer

2015-04-10_190211

Atualmente, a vitamina está sendo testada em combinações com
quimioterapia e radioterapia em cânceres de pulmão e pâncreas

Já foi comprovado em testes de laboratório, com células in vitro, e em ratos, que a vitamina C realmente mata as células cancerígenas. O problema foi que, em se tratando do ser humano, não importa quantos litros de suco de acerola alguém tomasse, a vitamina C não surtia efeito nenhum.
Um grupo de cientistas da Universidade de Iowa (EUA) acredita ter matado a charada de duas formas. Primeiro, o problema com outras pesquisas é que a vitamina C era administrada oralmente – como o corpo procura regular a quantidade dela no sangue, então, não importa o quanto você tome, a maioria acaba sendo expelida. Para driblar isso, os cientistas aplicaram a vitamina C por via intravenosa e conseguiram atingir concentrações de 100 a 500 vezes maiores que a normal.
Os pesquisadores notaram também que uma alta dose de vitamina C mata o câncer, mas não as células normais – além disso, overdose de vitamina C não afeta o corpo, ao contrário de outras vitaminas que podem ser tóxicas e até letais em excesso.
Ainda segundo o grupo de pesquisa, o efeito “matador” das células cancerosas não vem da vitamina C, mas de outra substância, produzida quando ela começa a se decompor no sangue: peróxido de hidrogênio, popularmente conhecido como água oxigenada. Embora ela seja vendida na farmácia sem receita, é uma substância corrosiva, capaz de até mesmo queimar a pele e matar uma pessoa se injetada. O surpreendente é que, quando produzida pela decomposição da vitamina C no sangue, a água oxigenada não agride células saudáveis e destrói as cancerígenas.
O segredo está na enzima catalase, que serve como escudo celular contra a água oxigenada, e é produzida em quantidade muito baixa pelas células cancerígenas. “Por isso, elas são muito menos eficientes em remover o peróxido de hidrogênio que as células normais”, afirma o oncologista Garry Buettner, condutor do estudo. “Assim, são muito mais suscetíveis ao dano e morte diante de uma grande quantidade da substância”.
A Universidade de Iowa atualmente está testando a vitamina C combinada com quimioterapia e radioterapia em cânceres de pulmão e pâncreas. A próxima fase da pesquisa é começar a medir o nível de catalase em diferentes tipos de câncer. Quanto menor, mais eficiente será tratá-los com vitamina C.