A importância de dizer não aos filhos

2015-04-10_190211
Negar algo para a criança não significa que você deve ser ríspido ou que ela deve ter medo de você

Essa palavrinha pode ser difícil de dizer, já que, no fundo, ninguém gosta de negar um pedido do filho

 

Você já ouviu dizer que dizer “não” para a criança é um ato de amor? Apesar de nem sempre ser tão fácil negar coisas para nossos pequenos, um simples “não” traz consigo importantes ensinamentos, como paciência e continuidade.
Apesar de nenhum pai querer ver seu pequeno chorando ou se frustrando, isso é algo que inevitavelmente vai acontecer. Ao tentar satisfazer todas as vontades da criança não estamos evitando suas frustrações e sentimentos negativos, ao contrário. Dar limite para uma criança é ajudá-la a se preparar para a vida adulta. Afinal, de que adianta seu pequeno receber “sim” dos pais e, mais tarde, começar a receber diversos “nãos” sem ter aprendido como lidar com o sentimento que isso gera?
Negar algo para a criança não significa que você deve ser ríspido ou que ela deve ter medo de você. O “não” deve ser feito com base em uma decisão consciente e racional. Por exemplo, quando a criança pede para comer mais um doce e você, conscientemente, nega, sabendo que mais um doce naquele momento não será algo saudável para ela. Você não precisa negar em tom de repreensão, mas sim em tom de conversa, inclusive explicando o motivo que te fez tomar a decisão.

Teste do marshmallow
Quando explicamos o que nos levou a tomar determinada decisão, mesmo que seja contrária ao que a criança esperava, estamos mostrando que existe consciência e clareza por trás do que fazemos e falamos, e isso ajuda os pequenos a entenderem que lidar com certas frustrações momentâneas pode não ser tão ruim assim.
É o que defende o autor e professor de psicologia da Universidade de Columbia (EUA) Walter Mischel, no livro O Teste do Marshmallow. O teste foi popularizado nas redes sociais ao mostrar crianças de diferentes idades recebendo um marshmallow. Se elas esperassem 20 minutos sem comer, ganhariam mais um.
O teste é um exemplo de que lidar com a frustração da espera, por exemplo, faz com que ela receba um prêmio ainda melhor, no caso o segundo doce. E isso, segundo o autor, é um indicativo de melhor cognição e autoestima da criança, já que a decepção em certo grau é uma forma de autorregulação e autocontrole.

Quando dizer não
Os especialistas lembram que, atualmente, existe uma “ditadura do prazer”, em que não se pode adiar uma vontade. Por isso, muitos pais tentam fazer de tudo para que a criança não se frustre e acabam criando pequenos paraísos artificiais para os filhos, onde qualquer desgosto é sanado com doces, presentes, telas…
Mas qual é a medida certa da palavra não? Não existe receita pronta! O não deve ser usado somente quando for preciso. Para definir a necessidade, os pais devem pensar nos planos que têm para o filho. É preciso ter em mente o tipo de adulto que você deseja que a criança se torne.

O papel do elogio
Elogiar (sem excessos) o bom comportamento é muito importante. Ressalte aquilo que a criança fez e que condiz com o que se espera dela. Por exemplo: se ela lavou as mãos sozinha após usar o banheiro, se soube agradecer um presente repetido que ganhou, se foi educada durante a visita a um parente… São pequenas conquistas que merecem reconhecimento verbal. É uma forma de valorizá-la.