8 maneiras de prevenir o câncer colorretal

2015-04-10_190211

Rastrear a doença com o exame de colonoscopia e se proteger com hábitos e alimentação saudáveis são essenciais

Quando se fala em tipos de câncer, os primeiros que vêm à mente e que mais preocupam a maior parte da população são o câncer de mama e o câncer de próstata.
Mas há um tipo de câncer que figura entre os mais frequentes, mas é bastante esquecido: o câncer colorretal, localizado na parte inferior do trato digestivo. Todo ano, cerca de 1,4 milhão de casos são diagnosticados em todo o mundo, e aproximadamente 700 mil mortes são associadas a ele.
“O câncer colorretal está aumentando progressivamente. No Brasil, cresce especialmente nas regiões Sul e Sudeste, pois é mais comum em lugares com padrão de vida elevado”, afirma o médico endoscopista Giulio Rossini, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “Hoje, é o terceiro tipo de câncer mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres”.
Ele conta que a doença está ligada a dietas pobres em fibras, obesidade, consumo excessivo de carnes processadas e de cigarro, sedentarismo e genética.
Entre os sinais de alerta, o médico cita a alteração no ritmo intestinal, os sangramentos na região e as distensões abdominais. É uma doença silenciosa, que exige uma atenção especial na prevenção

Colonoscopia
O método mais eficaz para a prevenção e o diagnóstico do câncer colorretal é a colonoscopia. Trata-se de um exame simples, feito com o paciente sedado, por meio de um tubo flexível que é introduzido pelo ânus. Esse tubo é muito pequeno (1,2 cm) e tem uma microcâmera e duas fontes de luz para a visualização do intestino.
Em pacientes que não apresentem fatores de risco, a colonoscopia deve ser feita a cada dez anos, a partir dos 50 anos de idade.
Caso o médico que acompanha os exames de rotina do homem ou da mulher note características que exijam uma atenção extra, pode pedir a colonoscopia antes dessa idade ou em um intervalo mais curto.
Infelizmente, ainda há um pouco de resistência por parte da população para se submeter a uma colonoscopia. Rossini explica que isso se dá devido a mitos do passado (o exame era feito com um tubo rígido e não havia sedação, o que causava desconforto e até lesões no intestino), à preocupação com o preparo do intestino (é preciso tomar laxantes, o que causa uma diarreia inevitável, para que o intestino esteja limpíssimo e o resultado não seja comprometido por causa de sujeiras à frente da câmera) e à resistência da cultura latina à introdução de qualquer coisa pelo ânus.
Quando esses tabus são superados, todos só têm a ganhar com a colonoscopia de rotina. O médico endoscopista esclarece: Se um pólipo for encontrado durante o exame, pode ser retirado na mesma hora, antes que progrida para um tumor.
O equipamento também diagnostica lesões pré-cancerígenas e detecta o câncer em um estágio muito precoce. Se a doença for detectada em um estágio avançado, é possível retirar ali mesmo amostras para biópsia e definição de tratamento.
O índice mundial de detecção de pólipos por meio da colonoscopia, segundo Rossini, gira em torno de 20% a 30% .
Além da prevenção e da detecção pela colonoscopia, é possível proteger o corpo contra o câncer colorretal por meio da alimentação e de hábitos cotidianos.
A prática de exercícios físicos protege o organismo contra o câncer colorretal de duas maneiras: diminuindo a resistência à insulina – que estimula todas as células a crescerem, inclusive as cancerígenas – e liberando endorfina, hormônio que fortalece o sistema imunológico.
A população que adota atividades físicas no dia a dia tem 25% menos risco de ter câncer colorretal.
Dieta
Quanto mais frutas e vegetais estiverem presentes no prato, menos espaço haverá para gorduras e carnes processadas, que aumentam o risco do câncer colorretal.
Também se dá um controle da obesidade e uma diminuição da resistência à insulina. Não há uma definição exata de quantas frutas e vegetais devam ser consumidos diariamente, mas sim uma estimativa de que 800 gramas por dia podem reduzir o risco de câncer colorretal em 25%.
As fibras dos cereais e de vegetais, como brócolis, couve e espinafre, aceleram o trânsito intestinal e agridem menos as células da mucosa do intestino, diminuindo o risco de desenvolvimento do câncer colorretal.

Estudos experimentais mostram que há menos risco de ter câncer colorretal quando se consome leite e seus derivados com frequência, mas a razão desta relação ainda é desconhecida”.

Vitamina D
Pacientes com doenças metastáticas, como o câncer, apresentam quadros melhores com a vitamina D, provavelmente porque ela diminui as inflamações.
Os níveis adequados de absorção de vitamina D pelo organismo podem vir da combinação entre alimentação balanceada e exposição ao sol ou da suplementação, já que boa parte da população não tem acesso aos banhos de sol diários necessários.
Consulte um médico para determinar a melhor forma de absorção da substância.

Consumo de peixe
Comer peixe regulamente também contribui para diminuir o risco de ter câncer colorretal. Assim como no caso das frutas e vegetais, não se sabe a quantidade exata, mas associa-se a entrada do peixe à saída da carne processada do prato, uma substituição que só traz benefícios para a saúde de todos.

Aspirina
Pacientes com pólipos que consomem aspirina têm menos risco de desenvolver novos pólipos”, conta a oncologista. Mas atenção: o consumo deste tipo de remédio nunca deve ser feito sem a orientação de um médico.