6 comportamentos que são reflexos de traumas de infância

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Se você se identificar com os seis comportamentos da reportagem, pode ter sido profundamente marcado por um trauma de infância que permanece com você. Esteja atento!

Os primeiros anos de nossas vidas são alguns dos mais importantes, porque definem muitos padrões emocionais que seguiremos por toda a vida, como a sensação de sermos bons o suficiente para algo, integração de emoção e intelecto, consciência básica do estado emocional e o sentimento de segurança e coerência como indivíduo.

Quando crescemos num ambiente familiar prejudicial, onde não somos educados da forma certa e no qual o medo e a negligência estão sempre presentes, podemos sofrer traumas de infância que afetam diretamente a trajetória do desenvolvimento do cérebro, causando adaptações diferentes dos circuitos cerebrais do que teríamos num ambiente de proteção, segurança e amor, de acordo com o psiquiatra e especialista em saúde mental, Grant Hilary Brenner. Quanto mais cedo começarem os traumas, mais profundos serão os seus efeitos que nos acompanharão por toda a vida adulta.

Adultos que sofreram traumas na infância podem desenvolver diversas sequelas emocionais e mentais, como transtorno de estresse pós-traumático complexo, ansiedade, dificuldades de relacionamento com outras pessoas e até mesmo dificuldade em enxergar o lado bom da vida.

Abaixo mostramos algumas provas de que aquilo que acontece na infância não fica na infância.

Essa lista de comportamentos adultos que refletem traumas de infância foi elaborada por Brenner em um artigo do Psychologic Today.
1. Sentimento constante de que há algo faltando em si mesmo
Os traumas causam sofrimento e fazem com que as crianças se despeçam de partes importantes de si mesmas para serem capazes de sobreviver. No entanto, mais tarde, elas sentem a falta dessas partes que deixaram ir, e isso provoca a sensação de que há sempre algo faltando nelas, ainda que não saibam o que são.

Segundo Brenner, através da terapia, é possível redescobrir essas partes e até mesmo criá-las novamente.

2. Tendência a evitar relacionamentos, acreditando que está melhor sozinho
É comum pessoas que cresceram com traumas emocionais optarem por se isolar, seja durante o crescimento ou mesmo na vida adulta, como tentativa de se poupar de mais relacionamentos negativos.

No entanto, conexões saudáveis são importantes para o desenvolvimento pessoal e, quando nos privamos disso, tornamos as coisas ainda mais difíceis, fortalecendo a autopercepção negativa, de indignidade e autocondenação.

3. Dificuldade de emoções sobre a própria identidade
Se uma pessoa foi criada numa família que não valorizava as suas emoções, é muito provável que isso a separe da própria identidade, o que dificulta o reconhecimento e a administração das emoções fortes, e pode acabar desenvolvendo um padrão de decisões impulsivas, dificultando a criação de vínculos saudáveis com outras pessoas.

Essas pessoas podem acreditar que não têm emoções, sentir-se incapazes de experimentar todas as emoções da forma certa, e nutrir-se apenas de sentimentos negativos sobre si mesmas e não saberem como receber elogios, agindo desconfiadamente.

4. Perda das memórias sobre a infância
Pessoas que vivem infância traumática normalmente não conseguem se lembrar de muitas partes desse período, costumam se recordar apenas de momentos particularmente vívidos, mas que não são acompanhados de nenhum contexto específico. Frequentemente, não se lembram de quem eram e como viveram durante a infância, e é comum sentirem que a sua infância foi “roubada”, o que compromete a sua identidade adulta.

5. Tendência a se envolver em relacionamentos destrutivos
Muitas vezes, aqueles que cresceram traumatizados envolvem-se em amizades e relacionamentos românticos com companhias prejudiciais. Essas pessoas acabam buscando, ainda que inconscientemente, companheiros que se encaixem em sua identidade traumática, mesmo quando estão tentando melhorar, e atraindo companhias emocionalmente indisponíveis, abusivas ou narcisistas. Conscientemente, querem ser melhores, mas acabam repetindo os padrões indesejáveis.

6. Evitar concentrar-se em si e sentir-se mal quando o faz
Se o trauma de infância é relacionado a pessoas-chave, como pais, irmãos e outras importantes, qualquer memória dessas experiências pode levar a esforços para administrar emoções e experiências dolorosas por meio da fuga de si mesmo, o que causa inúmeros prejuízos emocionais. A conexão interior é um constante lembrete de todas as suas experiências dolorosas, o que faz a pessoa conservar um senso de identidade tóxico e a impede de trabalhar para sua melhora.

Todos esses padrões são sérios e prejudiciais, eles comprometem a sua felicidade e cura interior. Se você se identifica com eles, saiba que não precisa enfrentar tudo sozinho nem ficar preso a nada disso.

Procure ajuda profissional para começar a trabalhar em si mesmo e, aos poucos, curar-se e construir uma realidade melhor para si.